Monday, November 30, 2009

Texto criado para a matéria Estruturas da moda Contemporânea I, baseado no caso da estudante Geise, aluna da faculdade Uniban.

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Texto-Manifesto: O corpo e a roupa – Caso Geise


Uma roupa pode surtir muito impacto nos espectadores.Mas será que o problema está na roupa em si ou na forma em que esta foi composta dentro de um visual e o significado que o corpo tem ao ser mostrado de certa forma?

Para alguns, cobrir o corpo é uma forma de castração. Para outros, um ato de preservação e gosto. Ao usar um vestido curto ou um decote grande, a mulher chama a atenção para si mesma. Há várias intenções por trás disso, porém, a que está sempre presente, é a da sensualidade, se mostrar para o sexo oposto, mesmo que de forma inconsciente.

Para entender melhor os significados do corpo e sua ligação com as roupas, é preciso voltar na história e examinar vários períodos. Muito antes da invenção da roupa como conhecemos hoje, os humanos, por não possuirem pelos o suficiente sobre seus corpos para aquecê-los, tiveram que arranjar métodos para se cobrir e proteger do frio e calor excessivos. Peles de animais, com pelos ou apenas o couro, eram muito utilizadas, pois são resistentes e provenientes do animal já morto para alimentação.

O instinto mais primitivo do ser humano é o senso de reprodução, o sexo. A partir do momento que o corpo do sexo oposto começa a ser coberto, há um desconhecimento das partes íntimas e uma curiosidade e desejo se formam sobre o que se esconde e sobre a pouca pele exposta. Quanto mais aparece, maior se torna este desejo.

Desde a Grécia Antiga, sempre houve uma diferenciação entre a vestimenta masculina e feminina. Os homens usavam saias e os peitos de fora por uma comodidade e para uma melhor mobilidade em batalhas. Já a mulher usava vestidos compridos com apenas os ombros de fora e fendas nas pernas. No dia a dia, o corpo não era muito mostrado pois não havia necessidade. Porém, nas estátuas da Antiguidade, não apenas da Grécia, ambos mulheres e homens são retratados nus ou seminus, tendo seus corpos como símbolos da fertilidade. Seios e ventre fartos para as mulheres, e penis proeminente para os homens.

A diferença da Antiguidade para tempos mais modernos, desde a Idade Média, por exemplo, é que não havia um estranhamento tão grande às partes íntimas, que eram mostradas em representações pictóricas e escultóricas ao grande público, pessoas de todas as idades, sem causar nehma reação adversa.

Ao passar dos anos e da vontade das grandes religiões de comandar nas pessoas, vários conceitos e preconceitos foram instipulados contra a imoralidade. Peitos e pernas eram coisas proibidas de se mostrar fora de quatro paredes, quanto menos para desconhecidos. Na Idade Média isto chegou ao extremo de não podere mais as mulheres mostrarem os braços em público. A libertação das mangas longas anos séculos depois causou muito impacto e a mudança foi lenta. O corpo humano deixava de ser reconhecido e virava um objeto de desejo e estranhamento.

Na Idade Moderna, a roupa feminina vira um objeto de desejo. Ainda muito coberta, a mulher pode mostrar o colo e usar roupas que mostrem suas formas, estas tão desejadas que são avantajadas com armações para aumentar as amcas e outras para diminuir a cintura. E assim continua por grande parte da Idade Contemporânea. Apenas no início do século XX há uma liberação um pouco maior e a aceitação do corpo começa progredir, possibilitando, nos Anos 20, o corpo ser mostrado de forma mais aberta por dançarinas.

Porém, a grande libertação vem no começo dos anos 60, quando seuge a minissaia e os decotes são bem vindos. Os hippies e a liberdade de expressão permitem que o corpo seja celebrado e exposto com mais liberdade.Sendo algo revolucionário, colocar as pernas de fora virou algo muito comum nessa época. Um símbolo da vontade feminina, da independência e superação dos preconceitos, assim como os antigos conceitos de imoralidade.

O que é mais intrigante é que depois dessa revolução no vestuário feminino, as mulheres do século XXI começam a criar novos conceitos e preconceitos sobre as tantas peças revolucionárias que foram criadasdesde então.Após uma grande banalização das roupas curtas, houve uma nova associação da exposição do curpo em público à mulher de vida fácil, aquela que mostra a pele para conquistar o macho da espécie e copular. Evitando esses estígmas, muitas mulheres evitam as roupas mais curtas, usando apenas as de tamanho mediano e condenando quem não compartilha da mesma opinião.

Revolucionária e sempre polêmica, as peças curtas em que o corpo fica muito exposto precisam ser usadas com sabedoria. É preciso saber dosar e ter bom senso. Ao ir a uma reunião de negócios, não se deve usar uma roupa muito insinuante. Ao ir à escola ou faculdade, a mesma coisa. Mas não é por isso que a sensualidade se perderá. Há outras formas de chamar atenção à beleza do corpo sem mostrá-lo propriamente.

Ir ao ambiente de trabalho ou de estudo com roupas curtas é se insinuar para os companheiros e para os superiores, sejam eles professores ou chefes. Ambos são locais de conhecimento e aprofundamento do conhecimento já adquirido. É um local de seriedade, onde sedução direta não há vez. Sedução direta aqui sendo chamada a utilização da pele exposta para conquistar alguém, para excitá-lo.

Erra a garota Geise, estudante da faculdade Uniban quando vai para a aula com um vestido extremamente curto, maquiagem e salto alto. Estes são trajes para passeio e não estudo. Porém, nada justifica a reação dos alunos que foram extremamente grossos e insensível com a moça. A maior parte das pessoas que estavam tumultuando eram apenas curiosos, outra grande parte gritou para fazer bagunça e insentivar o caos e alguns poucos realmente tinham consciência do que estavam fazendo. Para a maioria, foi apenas um motivo para perder aula e apreciar o tumulto.

Em reportagem à emissora Globo de televisão, Geise diz que já usou outros vestido tão curtos quanto aquele para ir à faculdade e que absolutamente nada aconteceu. Assim como ela, várias garotas naquela faculdade já usaram roupas curtas sem maiores consequências, assim como ainda as usam. Nessa ou em qualquer outra instituição de ensino, alunas se vestem com roupas mais arejadas em dias de calor, iguais ou mais curtas que o tão polêmico minivestido rosa.


1 comment:

Kojiro Shibuya said...

hmmm, interessante, nao to com tempo agora, mas vo comentar melhor aqui.

desculpa pelo coment inutil

bjos "irmã"