Monday, December 01, 2008


Inerte em meu mundinho
Solitário ser
Sentada no canto mais escuro
Um vazio me consome
Dilascera minha alma
Venda meus olhos
Nada mais há
Nada ao alcance
Nada próximo
Tudo é vago
Tudo é obscuro e silencioso
Não sei se bom ou não
É necessário um tempo
Um tempo para pensar, refletir
Colocar as idéias no lugar
Definir quem sou e o que quero
O que realmente quero
O que e quem
Onde e como
Quando e por que
Sinto-me sonolenta
Neste breu que é minha alma
Neste mar imenso e quase infinito
Neste mar de idéias vagas e descompostas
Compostas de dúvidas e incertezas
Sonhos e esperança
É tudo o que resta
Mas o que sonhar?
Gostaria de saber de onde vem a esperança
A pouca que me resta
A que me dá forças para seguir
Seguir neste caminho tortuoso e acidentado
Caminho cheio de desvios e penhascos
Penhascos que percorro pelas bordas
Sentindo o vento me empurrando ao longe
E me puxando para baixo
Para a mais profunda escuridão
Para um fosso infinito de incertezas
O vento lambe meu corpo
Me envolve em seu ar gélido e pesado
Arranca parte de mim
Me arrasta para as dúvidas mais intrigantes
Dúvidas que me cercam e me desnorteiam
Ergo a cabeça e nada vejo
Além do céu sobre minha cabeça
Céu sem expressão
Cinza e sem sol
Sem alegria nem tristeza
Apenas cinza e inerte com eu
Contemplação bizarra
Como se olhos fitassem-me a todo instante
Medissem-me e controlassem-me
E nos momentos mais penosos
Como se estes olhos fossem meus
Lágrimas escorrem e lavam tudo o que há embaixo
Lágrimas frias como os olhos que deles saem
Lágrimas frias que lavam as minhas
Quentes lágrimas
Pedaços de mim
Parte incompleta de mim
Que se desprende sem o menor pudor
Sem a menor consideração
Pedaços que mostram ao mundo partes do que sinto
Pedaços pequenos e complexos de mim
Lágrimas minhas que caem por muitos motivos
E até por quem não merece
Não merece e não sabe quantos pedaços de mim caem ao chão
Nem imagina como me despedaço por um mesmo ser
O mesmo ser que não sente o que sinto
Que não merece sentir nem parte de todo o carinho
De todos os pequenos raios de sol que cultivei por míseros segundos
Míseros que renderam bons momentos
Bons momentos que se desfazem a cada segundo
E logo após vem a chuva
A fria chuva que varre meu sol
Meu sol, minha luz e meus raios de esperança
Meu mundo
Meu triste e pequeno mundo
Mas, ao longe, sempre há um pequeno raio de sol
Um pequeno raio de sol para ser algum dia
Algum dia nestes meus longos dias de jornada

3 comments:

Anonymous said...

retomou o antigo blog ?? xDDD bjuss

Xongas said...
This comment has been removed by the author.
Xongas said...

Gostei.

J. Giusti